Friday, April 21, 2006

Palanca Negra

Olho,
e num instante, desejo-te!
Inflamado de paixão súbita,
Mal escondo a minha excitação.

Quiçá és mulher alheia
ou Amazona livre?
Donzela já conquistada
ou Musa do meu Amor?

Quero-te!
Vem minha doce e nobre palanca
Sacia-me este desejo ardente, louco
que me consome a alma.

Vem pôr fim a esta dor solitária
Ao vazio que me enche
A tristeza que teima em ficar

Vem!
E num abraço
Envolve o teu corpo no meu.
Deixa-me trepar
Essas Serras da Lemba
Cor de ébano, resplandecente!

Oh, enroscar-me nesse
Corpo lustroso
Que numa tarde de Verão
Na Ilha de Luanda,
Brilhava como
Diamante perdido,
Deslocado.

Tesouro privado
De que me quero
Apossesar.

Esse olhar altivo
e provocador,
Quando me descobres mirando-te
Sinal de pudor
Ou instinto protector
És tu a culpada
Ou sou eu o sedutor?

Sommer B. In't Veld © 2005

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